Campo Grande, dia 06 de abril de 2011
Mais um dia como outro qualquer na rotina de uma Escola, mas para nós da Escola Municipal Amazonas teria um significado bem mais amplo, afinal receberíamos a visita de do senhor Aleksander Laks.
Bem, e daí? Alguém poderá questionar!
Todos e todas vibramos com a chegada desse ser humano que presenciou, de forma trágica, uma das maiores tragédias da história da humanidade. Ser humano, porque não podemos esquecer disso, ou seja, somos todos e todas seres humanos, com limitações e argumentações de toda espécie.
Embora tenha sido feito todo um trabalho junto a alunos e alunas, nada pode superar os relatos dramáticos vividos por este sobrevivente do holocausto, que hoje mora no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro e, como se fosse um grande livro, um livro vivo, é verdade, foi fazendo com que todos e todas se emocionassem com os momentos vividos por ele, e que, pela sua fala, parecíamos que estávamos ali, juntos, sobrevivendo no inferno.
Quanta emoção, quanta vontade de viver, e também de fazer com que nunca mais episódios como os que foram denunciados nunca mais aconteçam.
Aí é que temos que aproveitar para fazer uma reflexão sobre os campos de concentração a que os moradores de favelas estão submetidos pela criminalização da pobreza, os milhares de jovens brasileiros mortos, vítimas da violência urbana, motivada por um modelo que é altamente destrutivo e que despreza os seres humanos, os muros que são construídos para isolar quem não possui o perfil desejado pelos donos do capital.
Em sua fala, Aleksander deixa claro a necessidade de impedir tudo isso, mas o que até mesmo os governantes israelenses estão fazendo, negando qualquer negociação com os palestinos, proibindo que os árabes israelenses comprem ou vendam imóveis nas cidades de Israel.
Até quando iremos continuar presenciando cenas como as que vemos cotidianamente em nome da intolerância, da imbecilidade, da falta de respeito ao ser humano, que se encontra em uma encruzilhada, preso ao modelo do pensamento único, que privilegia os esquemas determinados pelos países do Norte e esmaga qualquer tentativa de fugir aos desmandos da maior potência econômica e militar do planeta?
Seja na Palestina ou nas favelas do Brasil, o holocausto continua e nós ficamos de braços cruzados, achando que o bope fascista, midiático e elitista é solução.
Muito agradecido, Aleksander, por contribuir para que possamos resgatar o que ainda nos resta de humanos, seja lá o que isto signifique.
Profº Mauro Azevedo - História